quarta-feira, 16 de maio de 2012


Professor ou educador?

Muitas pessoas não distinguem os termos "professor" e "educador" e acabam por confundi-los ou tratá-los como sinônimos. Na verdade, há uma abissal diferença entre esses dois termos. Enquanto um se refere ao profissional responsável pela instrução eficiente do aluno, o outro, além de ser profissional, é vocacionado e tem como responsabilidade a formação integral do seu aprendiz.
O dicionário Aurélio, de Língua Portuguesa, define professor como "aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina". Já o termo educador, que tem origem do vocábulo latim "educatore", é definido como "aquele que educa".

Não se pretende com este texto desconsiderar, tampouco, diminuir a figura do professor, mas diferenciá-lo dos educadores. Sendo os dois, tanto professores como educadores, fundamentais para o desenvolvimento intelectual da sociedade.

A Educação é um ato que envolve o ser humano holisticamente, ou seja, em todos os seus aspectos, sejam físicos, cognitivos ou morais. Ser educador, nessa perspectiva, implica enxergar o aluno como ser dotado de saberes, qualidades e potencialidades. O educador não está preocupado exclusivamente em repassar o conteúdo de sua disciplina, mas em compreender, entender e tornar a escola ambiente de felicidade. Para que o aluno aprenda satisfatoriamente ele precisa estar feliz.

É importante frisar que todos os educadores são professores, todavia nem todos os professores são educadores. Já ouvi muita gente falar que os professores são responsáveis por ensinar, enquanto os educadores são os atores componentes da escola. Esse pensamento é equivocado, pois educar é um ato que requer tempo, paciência e perseverança. Não se pode confundir os processos de instruir e educar, pois são distintos.

Na visão do educador, ao contrário do que pensam os professores tradicionais, considerando-se donos do saber, ele é um sujeito em constante processo de aprendizagem. O educador é aquele capaz de construir, juntamente com seus alunos, um aprendizado voltado para seus interesses e realidades. Ele não despreza as falas dos educandos, tampouco, faz uso do velho "magister dixit" (o mestre disse - expressão latina utilizada para se enfatizar algo inquestionável), vendo os erros de seus alunos não como obstáculos, mas como base para novos aprendizados e conquistas.

Encontramos muitos professores pelo Brasil a fora, mas, como enfatiza o grande educador Rubem Alves, professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.

Grandes educadores como Paulo Freire, Anísio Teixeira, Freinet, Ferreiro, dentre outros, contribuíram para termos uma educação mais emancipadora, democrática, participativa e consonante com as realidades dos aprendizes. Assim como há tantos outros educadores espalhados por todo o território nacional que desenvolvem sua profissão e vocação por amor, persistência e esperança. Educadores que muitas vezes saem às escuras de suas casas e percorrem 2, 3... 5 quilômetros a pé, e sempre recebem seus alunos com um abraço e um sorriso no rosto. A vocês educadores, semeadores de amor, meus aplausos e sinceros agradecimentos por enfeitarem nossos jardins, quais sejam: as escolas.

Ivanilson Costa é pedagogo e escreve a convite do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), que colabora às sextas-feiras.
PRIMEIRO NÍVEL → PRÉ-SILÁBICO I

NESSE NÍVEL O ALUNO PENSA QUE SE ESCREVE COM DESENHOS. AS LETRAS NÃO QUEREM DIZER NADA PARA ELE. A PROFESSORA PEDE QUE ELE ESCREVA “BOLA”, POR EXEMPLO, E ELE DESENHA UMA BOLA. A PROFESSORA PEDE QUE ELE ESCREVA “CACHORRO” E ELE DESENHA UM CACHORRO.

 
SEGUNDO NÍVEL → PRÉ-SILÁBICO II


O ALUNO JÁ SABE QUE NÃO SE ESCREVE COM DESENHOS. ELE JÁ USA LETRAS OU, SE NÃO CONHECE NENHUMA, USA ALGUM TIPO DE SINAL OU RABISCO QUE LEMBRE LETRAS.

NESSE NÍVEL O ALUNO AINDA NEM DESCONFIA QUE AS LETRAS POSSAM TER QUALQUER RELAÇÃO COM OS SONS DA FALA. ELE SÓ SABE QUE SE ESCREVE COM SÍMBOLOS, MAS NÃO RELACIONA ESSES SÍMBOLOS COM A LÍNGUA ORAL. ACHA QUE COISAS GRANDES DEVEM TER NOMES COM MUITAS LETRAS E COISAS PEQUENAS DEVEM TER NOMES COM POUCAS LETRAS. ACREDITA QUE PARA QUE UMA ESCRITA POSSA SER LIDA DEVE TER PELO MENOS TRÊS SÍMBOLOS. CASO CONTRÁRIO, PARA ELE, “NÃO É PALAVRA, É PURA LETRA”.



TERCEIRO NÍVEL → SILÁBICO

O ALUNO DESCOBRIU QUE AS LETRAS REPRESENTAM OS SONS DA FALA, MAS PENSA QUE CADA LETRA É UMA SÍLABA ORAL. SE ALGUÉM LHE PERGUNTA QUANTAS LETRAS É PRECISO PARA ESCREVER “CABEÇA”, POR EXEMPLO, ELE REPETE A PALAVRA PARA SI MESMO, DEVAGAR, CONTANDO AS SÍLABAS ORAIS E RESPONDE: TRÊS, UMA PARA “CA”, UMA PARA “BE” E UMA PARA “ÇA”



QUARTO NÍVEL → ALFABÉTICO

O ALUNO COMPREENDEU COMO SE ESCREVE USANDO AS LETRAS DO ALFABETO. DESCOBRIU QUE CADA LETRA REPRESENTA UM SOM DA FALA E QUE É PRECISO JUNTÁ-LAS DE UM JEITO QUE FORMEM SÍLABAS DE PALAVRAS DE NOSSA LÍNGUA


TRABALHANDO COM LETRAS, PALAVRAS E TEXTOS



No trabalho em classes de alfabetização não existe uma ordem fixa em que as coisas têm de ser feitas. Os alunos não aprendem aos pedaços, um item depois do outro, do mais fácil para o mais difícil. Pelo contrário, eles aprendem fazendo muitas relações entre tudo o que faz parte do que chamamos de campo conceitual da alfabetização. O que vem a ser isso? É um conjunto de situações que dão sentido aos atos de escrever e ler. Por isso eles aprendem escrevendo e lendo. Para que isso aconteça, o professor deve propor diariamente atividades que envolvam letras, palavras e textos. Não pode se enganar achando que se está trabalhando com textos já está naturalmente trabalhando com palavras e letras.

Durante o processo de alfabetização o professor competente em criar situações didáticas que permitam aos seus alunos pensar sobre a escrita deve estar atento às especificidades do trabalho com letras, com palavras e com textos. Seus objetivos para os três não são os mesmos e todos são igualmente importantes.



PARA O ALUNO PRÉ-SILÁBICO

 Associar palavras e objetos;

 Memorizar palavras globalmente;

 Analisar palavras quanto ao número de letras, inicial e final;

 Distinguir letras e números;

 Reconhecer as letras do alfabeto (cursiva e bastão);

 Familiarizar-se com os aspectos sonoros das letras através das iniciais de palavras significativas;

 Relacionar discurso oral e texto escrito;

 Distinguir imagem de escrita;

 Observar a orientação espacial dos textos;

 Produzir textos pré-silabicamente;

 Ouvir e compreender histórias;

 Identificar letras e palavras em textos de conteúdo conhecido.





PARA O ALUNO SILÁBICO

 Reconhecer a primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial;

 Comparar palavras memorizadas globalmente com a hipótese silábica;

 Contar o número de letra das palavras;

 Desmembrar oralmente as palavras em suas sílabas;

 Reconhecer o som das letras pela análise da primeira sílaba das palavras;

 Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: cursiva e maiúscula;

 Identificar palavras em textos de conteúdo conhecido (qualquer tipo de palavra);

 Produzir textos silabicamente;

 Ouvir e compreender histórias;

 Completar palavras com as letras que faltam (observando que o número de letras presentes exceda sempre o número de sílabas da palavra).





PARA O ALUNO ALFABÉTICO

 Compor palavras com sílabas;

 Decompor palavras em suas sílabas;

 Produzir textos alfabeticamente;

 Ler textos de seu nível;

 Completar palavras com as sílabas que faltam;

 Observar a segmentação entre as palavras no texto;

 Observar os sinais de pontuação;

 Ouvir e compreender histórias;

 Completar textos com palavras;

 Construir frases com palavras dadas.

domingo, 6 de novembro de 2011




Aprenda a diferenciar desenvolvimento de aprendizagem. Aprofunde seus conhecimentos na teoria sociointeracionista.

Desenvolvimento e Aprendizagem

Quais são as concepções de desenvolvimento?
Concepção inatista – É inspirada nas teorias de Darwin e explica o desenvolvimento humano como resultado único de informações biológicas. A aprendizagem não influencia o desenvolvimento.
Concepção ambientalista - Fruto de uma ciência positivista, entende que o desenvolvimento acontece por causa do ambiente. O desenvolvimento seria fruto da aprendizagem e esta aconteceria por condicionamento, ou seja, por controle do ambiente.
Concepção interacionista - o desenvolvimento humano é resultado de uma interação de fatores biológicos e ambientais, entendendo por ambiente os espaços sociais, históricos e culturais. Somos sujeitos ativos, capazes de construir nossas próprias características, de acordo com as relações que estabelecemos com o meio físico, social e cultural.
Fonte: aula professora Andrea Studart, na EAPE
Nossos estudos se concentraram nos teóricos sociointeracionistas Piaget, Vygotsky e Wallon. Fiz um texto com parte das teorias de cada autor:
 Material: Teoria Sociointeracionista
Em um dos encontros da EAPE, a professora Andréa Studart promoveu um momento enriquecedor. Abordou as concepções de desenvolvimento e nos levou a discutir sobre as relações entre aprendizagem e desenvolvimento na teoria sociointeracionista. Vimos que, para Piaget o desenvolvimento promove a aprendizagem, pois, na interação do sujeito com o meio aquele conduz o processo e utiliza o ambiente como suporte para seu crescimento, ou seja, é um processo endógeno. Já para Vygotsky a aprendizagem “puxa” o desenvolvimento, o meio externo na relação com o indivíduo é o responsável pelas transformações internas.  
Material: Andréa Studart
Vai já pra dentro menino
Vai já pra dentro, menino!
Vai já pra dentro, menino!
Vai já pra dentro estudar!
É sempre essa lengalenga
quando o que eu quero é brincar...
[...]
Aprende-se o tempo todo,
dentro, fora, pelo avesso,
começando pelo fim,
terminando no começo!
Se eu me fecho lá em casa,
numa tarde de calor,
Como eu vou ver uma abelha
a catar pólen na flor?
[...]Como eu vou saber da terra,
se eu nunca me sujar?
Como eu vou saber das gentes,
sem aprender a gostar?
Quero ver com os meus olhos,
quero a vida até o fundo
Quero ter barro nos pés,
eu quero aprender o mundo.
BANDEIRA, Pedro. Vai já pra dentro menino. In: BANDEIRA, Pedro. Mais respeito, eu sou criança. São Paulo: Moderna, 2002. p. 14-15.

Textos:
A Construção do conhecimento segundo Piaget - Malcon Tafner 
Brincadeira e Desenvolvimento Infantil – Maciel Branco Queiroz

Plano de aula: 13.05
Livro:
Educação Infantil: Fundamentos e Métodos -  Zilma Ramos de Oliveira

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